terça-feira, 24 de agosto de 2010

A borracha na atualidade brasileira

A indústria da borracha vive seu melhor momento no Brasil. A renda de sua produção já é três vezes maior do que a de importantes e tradicionais culturas, como a cana-de-açúcar.
Os bons preços incentivaram o aumento do plantio em São Paulo, que já lidera a produção brasileira há dois anos e é responsável por metade do volume obtido no país. Para a felicidade dos agricultores paulistas, a demanda cresce mais rápido do que a produção.



Trabalhador extraindo látex de uma seringueira

Borrachas provenientes do petróleo

Em 1955, foi possível obter, artificialmente, uma estrutura similar à da borracha natural (poli-isopropeno). Mas há uma substância que pode ser obtida do petróleo em quantidades maiores que o isopropeno e, portanto, a um preço menor: o buta-1,3-dieno (butadieno), que se destacou por sua grande semelhança à borracha natural.


 

Um polímero normal é aquele fabricado a partir de um único monômero. Quando o polímero é fabricado a partir de mais de um monômero, ele é chamado de copolímero. O butadieno, copolimerizado com o estireno, fornece a mais importante das borrachas sintéticas que, após a vulcanização, é largamente empregada na fabricação de pneus. Essa borracha é chamada de SBR, GRS ou Buna-S.



Já a copolimerização do Butadieno com acrilonitrila gera a borracha nitrílica, conhecida como NBR, GNR ou Buna-N, que fornece impermeabilidade e durabilidade aos tecidos. Como não se deteriora pela ação dos derivados do petróleo, a borracha nitrílica pode ser usada para confeccionar vários objetos resistente aos solventes derivados de petróleo, como sola de sapato, vedações, etc.

Neopreno: borracha artificial

Quando foram descobertas, as borrachas artificais (produzidas em laboratório) tinham ainda propriedades insatisfatórias para uso comercial. A primeira borracha sintética de sucesso foi o Neopreno, descoberto em 1931 por Arnold Collins. A descoberta foi feita por acidente, quando Collins tentava sintetizar uma substância e obteve, ao invés disso, um produto correpondente à polimerização do cloropreno, o qual foi denominado Neopreno.



Esse polímero possui alta resistência à tração, alta elasticidade e exelente resistência ao desgaste e ao ataque por oxigênio, ozônio, calor e chamas. Por ser mais resistente aos solventes do que a borracha natural, é mais caro.


Roupa de mergulho, feita de Neopreno

Polimerização

O látex que escorre da seringueira se transforma, algum tempo depois, em uma gosma marrom e pegajosa: a borracha natural. Polimerização é justamente o processo em que o látex se torna borracha.
O látex contém isopreno, uma substância que, ao se polimerizar, produz borracha. O processo de polimerização ocorre da seguinte maneira:




A diferença entre a borracha natural e outros polímeros cujo monômero é o isopreno reside no arranjo das moléculas do monômero, que se encadeiam de diferentes maneiras ao formar o polímero.

Brasil: a perda do trono

Como a seringueira é uma árvore nativa da região amazônica, o Brasil era o único produtor de borracha natural. Em 1876, porém, o explorador inglês Henry Wickham contrabandeou 70 mil sementes de seringueira para a Inglaterra, onde logo começou-se a produzir o cauchu destinado à indútria. Atualmente, boa parte da produção mundial vem de países asiáticos, e o Brasil importa parte da borracha natural que consome.


Sir Henry Wickham

Introdução ao mundo das Borrachas

Segundo historiadores, o uso da borracha natural é anterior à descoberta do continente americano. Quando Colombo descobriu a América, viu que os nativos utilizavam, em seus jogos, uma bola feita ocm a goma obtida através do corte de uma certa árvore da região.
Há mais de um tipo da árvore que fornece essa resina, mas a mais famosa é a Seringueira (Hevea brasiliensis). Com um corte em seu caule, pode-se obter um liquido branco que endurece gradualmente ao ser exposto ao ar, formando a borracha natural.


Látex sendo extraído de uma seringueira

Mas por que esse material pode ser considerado um polímero?
Polímeros são macromoléculas facilmente modeláveis por ação do calor e pressão. Por isso, a borracha é um polímero. Na verdade poderíamos até chamá-la de plástico, mas por causa de suas propriedades elásticas, ela costuma ser classificada em um grupo à parte: os elastômeros (borrachas).
Essa borracha, porém, não tem muita utilidade em sua forma original. Em dias frios, ela fica quebradiça, e se torna mole e pegajosa em dias quentes. Após alguns anos de pesquisa, Charles Goodyear conseguiu resolver esse problema. Ao aquecer, em um forno, a borracha natural misturada a um pó de enxofre e um pouco de litargírio (PbO), ele obteve uma borracha resistente, elástica e resistente a mudanças de temperatura. Esse processo foi denominado vulcanização, e é utilizado até os dias de hoje.


Representação do que ocorre na vulcanização



Charles Goodyear